Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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12 junho 2008

Comercializado o amor ... o que lhe restaria?

... era um dia chuvoso que contaria "o passar" de um tempo (marcado por suas 24 horas) "dedicado" ao amor. Comercializado o amor, nada mais restaria à ela do que resistir. Resistir em desejar feliz dias dos namorados, resistir em embrulhar um punhadinho de dinheiro e devolver à ele ... como se fosse possível retribuir daquela forma ... toda a delicadeza de uma vida inteira. Eles resistiriam ... ela bem sabia. Porque o amor daquele dia deles seria como o de todos os dias. Cotidianamente o amor se revela na sua potência máxima que é a realidade. E o encanto pode (também) resistir à ela.

Pensou em quem se esqueceria daquele dia. Pensou em quem se esforçaria pra esquecer aquele dia. Pensou na dor de corações divididos pelo tempo (da distância, do esgotamento, da indecisão, do medo, da partida). Quase chorou junto com quem desconhecia, secou uma lágrima pra quem ao ler ... saberia. Pensou na tortura daquele dia! Na imposição de alguns sentimentos ditados pela universalização-comercialização de alguns dias. E como seria o dia dos pais? Das mães? De Natal ...daqui à alguns anos? E como segurar o presente na palma das mãos? E como não viver para o futuro? E como ficar no dia à dia de cada dia? Trouxe o dia 12 pra junto de si ... e, o deixou menos purpurinado do que já era ... porque essa é a função da dor: desnaturalizar o encantado.

Depois de alguns segundos tristonhos, lembrou que queria falar da possibilidade porque assim é a vida. A possibilidade de tudo se dar em um segundo inesperado. Afastado o dissabor ... restaria um universo inteiro de amor. Porque é só assim que o amor vem ... Porque ele assim lhe veio. Era uma comprovação e não uma crença. "Cientificamente" comprovada sua teoria ... queria espalhar esperanças por todo lugar como se fossem pétalas. Queria espalhar esperanças dentro de alguns olhares e deixar um feixe de luz reluzente como se fossem pequenas lanternas. Queria espremer uma gota de esperança nos olhos cerrados como se fosse colírio.

Resistiria, mas, não ao amor. À ele se renderia por completo: voluptuosamente.

Porque o amor sempre vem ... pra quem resiste. E ... insiste!

3 comentários:

Salve Jorge disse...

Ah quando derrete
É que nem confete
Num carnaval
É que nem grapete
Pois quem bebe, repete
Não tem igual
Faz sentir-te vedete
Faz valer a pena todo crime que comete
É pleno afinal
Esse tal do amor
Que é muito mais
Que esse dia comercial...

Anônimo disse...

Chorei!

Kariene disse...

é ele sempre vem...
de uma forma ou outra vem!
bjokas bebel...