Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

05 junho 2008

.... à luz.

...à luz.

Há luz num novo dia.

A luz daquele novo dia lhe inspirou a ter vontade de ir e se (re)colocar no centro da caixa preta. Aquela, sim... era "a sua caixa" preta . Animou-se só lá pelas 4 da tarde. Ajeitou-se pra se deixar levar. Antes de se ir ... comprou um presente pra si: acarinhou-se. Talvez tenha até se premiado por ser forte como tanto ensaiou. Umas três horas depois, viu seus pares nos pés, nas mãos e no coração. Sentiu-se acolhida e acolheu quem lhe oferecia os olhos embrulhados de presente. Pareciam saber! Guardou alguns olhares pra si, especialmente, aqueles que se apertavam pelo nascimento de um sorriso. Segurou em sua mão e pisou com os pés no chão naquele pedaço de lugar (temporariamente) seu. Entre as luzes, os focos deu-se as andanças adoçicadas pelas músicas. Ensaiou como antes (ou , quase como) e se aliviou de tudo, inclusive de si. Sentada no chão viu a generosidade de quem dirigia a cena. Respirou aliviadamente. Zigue-zagueou e encontrou o centro. Três vezes no centro e iluminada se refez por dentro. Esperançosamente sentiu a dor no pescoço diminuir e agradeceu a possibilidade de renovação. Exposta a cicatriz só lhe restava protegê-la dos raios solares ... e, ela assim faria.

3 comentários:

Fiona disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fiona disse...

Eita, Bel! Alcançar a essência do seu dia tão camufladamente em seus textos é meio difícil, mas acho que já conseguir traduzir suas entrelinhas. Estavas triste, né? Aí resolveu se dar um mimo: um sapato lindooooo, tô certa? Nossa Senhora, pra mim não tem coisa material que mais me anime do que sapato novo. Ontem mesmo estava triste também, chateada com algumas coisas, e dei uma saida para ver vitrines de sapatos. Mas acabei não trazendo nada pra casa. Mesmo assim me senti feliz só de ver, rs.

Muitos beijoooooos

Salve Jorge disse...

Nesse teatro
Um palco
Um faixo de luz
Ilumina um foco
Que faz juz
À toda a atenção
Traçando um arco
Dois traços
Contida imensidão
Com suas marcas
As farpas do chão
Sempre por um triz
Pra romper as arcas
Cargas sem força motriz
Mas falam
Em profusão
Cada cicatriz
Mesmo nas sombras dessa execução...