Ela foi com uma vontade grande apesar de se sentir encolhida. Fazia uma semana que não via aquelas cortinas que emolduram a caixa preta. Foi levando junto suas mazelas, das físicas às emocionais. Estava trancada por dentro e a tosse era a revelação de dias difíceis. Sentou-se um pouco afastada de todos, mais para preservá-los do que a si mesma.
Depois de muito ver achou um espaço pra lhe dizer: e disse sobre sua agonia momentânea, sobre sua expectativa de uma despedida, sobre sua admiração viva. Disse sobre si e ouviu dela um pouco mais do que esperava. Sílvia era mesmo encantadora: talentosa desde as pontas dos dedos, mestra de alma grande e alta e atriz de corpo inteiro. Cheia de vida pulsante acolheu seus medos, seus sobressaltos, suas incertezas e lhe desejou boa sorte. Tão cheia de si ela foi afetuosa e lhe abraçou terna e amorosamente. Ela se aliviou um tantinho mais. E esperou por dias à mais.
Um comentário:
Quero uma caixa preta para mim, também!!
Se precisar estarei aqui e aí e lá. Virtualidades tem essa vantagem, não é?
E na despedida, dê um "até logo".
Beijos, Bel.
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