Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

02 outubro 2008

E, Finda: Pra Elisa

Finda a fita que contornava o dedo

Finda como tudo na vida se finda.

Finda a fita dourada que dava vida

Finda no dedo anelar que a fez girar.

E, quem girou o tempo hoje derretido?

E, quem congelou o giro invertido?

Imagens armazenadas em tempos "invisíveis"

Congeladas dentro de olhos que insistiram em ver.

E, em tudo que se vai ainda fica

Uma certeza de vida infinda.

E, em tudo que fica ainda vai

Um impulso pr'um outro giro

Uma passagem pr'um novo ar

Um respiro fundo

Sem soluço fresco, sem quase nenhum apreço

Um pouco de sal que ainda escorre.

E, não há dor que tanto se demore.

E, não há dor que não se evapore.

8 comentários:

Elga Arantes disse...

Interessante o formato do texto.

Os primeiros versos, no final da página, na margem direita; os últimos, no começo da página, na margem esquerda.

Já os versos mais recentes, em nenhuma margem, e sim, no centro, como algo que paira, algo que não se sabe o começo, nem se prevê o futuro.

É porque só sente dor, quem vive. E vida, minha querida, não se prevê, nem se previne. Vida a gente vive. Um dia de cada vez e vários sentimentos ao mesmo tempo.

Entendo sua inquietude. Talvez até sinta algo bem parecido.

Estou aqui, se precisar.

Beijos.

SGi/Sonia disse...

Bel, passo por aqui sempre, as vezes nem consigo comentar, fico lendo, relendo tentando achar as palavrinhas que combinem, que façam parte. Normalmente choro, minha válvula lacrimal e frouxa, choro de alegria, de tristeza, de inquietação por injustiças...
Achei lindo o que escreveu, achei triste o que escreveu...
Dói só de ler.

Mas passa né?

Tõ dando um selinho pro seu blog, que sempre é uma janela linda, que tem um quintal florido, passa lá nos Meninos e pega.

Beijins com Felicidades Sempre, porque a tristeza é passageira...

Biana França disse...

Bel, querida...esse seu jeito de expressar tudo tão bem e belo, me encanta.
Bjus.

Bel disse...

Queridas,
Adoro ter vocês tão perto.

Elga...tu consegues captar meus devaneios (quase)por inteiro. Percebes a forma e a disposição das dores e alegrias expostas. Nem todas são só minhas. Vêm de quem me rodeia também.
Sei que me entendes!
Um grande beijo ... sei que estamos por aqui ... logo estaremos mais ainda.

Sônia,
Sei bem como é entrar em algumas janelas e nem sempre comentar. Faço assim com algumas e nem por isso deixco de participar. Sobre essa tristeza, ela não é só minha. É muito mais de quem eu tanto gosto, mas tem dores que a gente assumiria fácil, só pra não ver quem amamos sofrer, não é? Neste caso, aquela dor ficou em mim e redigi pra marcá-la no meu tempo. Sei que minha escrita nem sempre é decifrável e por isso peço desculpas. Mas, antes de tudo, esta janela é um diário meu num tempo ... já ...."nosso".
Obrigada pela lembrança e pelo desenho colorido. Tenho dificuldades em incluí-los em mim...
Muito bom saber que me entendes e estás junto.
Um beijo.

Biana, tu és sempre delicada e insistes em me decifrar....adoro.
Foto nova ... sempre bonita! Sempre delicada, sempre tão viva.
Um beijo.

Ligia Gastaldi disse...

Oi Bel!
Que lindo!
Sou fã do seu escrever...vc é poeta contemporânea.
Obrigada por suas palavras lá nos meus dizeres. Meus devaneios não são poéticos, mas vc sempre vê o lado poesia e sentimento deles.
Obrigada querida!!
Coloquei o link do seu blog no meu e agora vou te visitar sempre!
beijão

Sheyla disse...

Oi Bel,
Consegui visualizar a fita e ao passar o mouse pelo poema vi a fita como naqueles movimentos de ginástica rítmica. Muito criativo!
Belo poema e belo movimento!
Bjs.

PS: respondi seu comentário lá no blog.

Bel disse...

Ligia,
Te ter por aqui só me faz confirmar que os encontros acontecem em diferentes espaços-tempos. Sempre digo que essa virtualidade é tamanha...infinda e tem vida! Bem-vinda.
Eu é que sou tua fã ...admiro-te e te quero muito bem.
Um beijo, Bel.

Essa nossa veia teatral sempre nos encaminha pra cenários vivos, cheios de elementos coloridos. assim como é nosso sensível coração. Tu imaginas por aqui e eu por lá...assim vamos nos alimentando.
Um beijo, Bel.

Ana Ventura disse...

Olá querida!
Fico tão feliz em experimentador desses teus ensaios, flashes de luz! Então me sinto uma amadora... ainda estou tentando... e tentando... e nem tenho assim amigos para esta aventura na internet, acho que preciso aprender contigo!
Mas olhe lá, eu faço com tanto amor, você sabe... tem coisa que você vai gostar, Jean-Yves, A Mulher Selvagem, O Corpo, e outras!
Então eu continuo tentando, só Deus sabe! Mas já me sinto feliz com meus passinhos, embora eu queira escalar as montanhas do Himalaya!
Um grande beijo, muitas saudades, e até breve!
Ana Liliam