Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

27 maio 2009

Improviso ( ...)

... a vida era mesmo um eterno improviso. Dos tempos vividos e recolhidos pra serem expostos em segundos de cenas à vida inteira e cheia que sempre escorria pelos olhos insistentemente úmidos dela. Aquela era uma proposta pra se encontrar um mesmo tempo ... neles. Uma possível perspectiva de aproximação ... da ludicidade ao desespero da perda. Da crueldade infantil que revira o mundo inteiro e o desmonta pra servir de trampolim para si .. pra conquista de si. Do domínio da força criativa sobre a racionalidade (ainda) recorrente que tenta se impor em recortes de tempos como aqueles. Ela foi ... e sentiu que a organicidade sempre exige movimento ... foi e não a encontrou atrás da porta vermelha.... suplicou sua presença pelo grito que sempre procura por uma explicação. Aquele improviso havia lhe sussurrado entendimentos: estava alí diante de todos e quis ficar rodeada por eles. Família possível: encontros desencontrados ... desencontros sugestivos. Do dedo na boca à perda de sua mãe ... do lugar da filha ao papel de irmã-substituta da mãe ... da aceitação do primogênito à negação da inclusão do temporão. Uma mistura de sensações ... uma ciranda em forma de vulcão. E ela voltou a ativa ... e alegrou-se por se deixar levar pela mão. Um impulso se deu. Pedido aceito ... agradecimento refeito.

5 comentários:

Sheyla disse...

E viva o movimento!
Bjs.

Elga Arantes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elga Arantes disse...

Que tsunami de emoções! Nossa, estou com a boca seca. Li, reli, de novo e mais uma vez. Como as palavras dançam em seus textos! As palavras, aqui, são solidárias. Se juntam para formar preciosidades como: "Da crueldade infantil que revira o mundo inteiro e o desmonta pra servir de trampolim para si ..". Ou, "Do domínio da força criativa sobre a racionalidade (ainda) recorrente que tenta se impor em recortes de tempos como aqueles.". Leio, sinto e me aproprio dessa criatividade emocionalmente inteligente, sem cerimônias, tamanha a identificação com os detalhes. Interpreto para mim, tento fazer para você (curiosa que sou), depois, deixo a função para a vida, com o passar dos dias, com o acúmulo das horas. Esperemos que a ciranda mude o ritmo, ou a forma; façamos com que a erupção do vulcão venha para iluminar e aquecer, sem maiores danos. No fundo, o mais importante é, mesmo, o movimento. E até a espera pode ser um belo gestual.
Um beijo.

Marina disse...

Leve-me pela mão...vou te pedir tb!Beijos,Bel!Saudades!

Sofia Fada disse...

Se a vida é um eterno improviso, que improvisar sempre para estar perto de ti!
saudade enorme, minha linda!
bj