Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

07 agosto 2009

Cena 1 tomada 3.

Cada vez que ela ouvia: " foi câmera ... Ação" era como se o mundo parasse. Era como se ela congelasse naquele instante de solitude. Ainda que existisse quem ocupasse o contra-plano. Ainda que existisse a parceria na troca. Ainda que existisse tantos olhos acompanhando cada movimento dentro do set ... naquele instante era só ela e suas possibilidades. Nada concreto. Tudo promessa ... imersa.

Naqueles instantes antes da tomada da cena tentava estar presente e mais viva do que costumeiramente se prometia. Limitada pelo controle da câmera, pela margem que a define, pelo plano previsto ... ela teimava em querer fazer arte. E a dúvida sempre lhe vinha ... adoraria ter alguma certeza. Queria sempre rodar mais uma última vez. E como nada nunca tem fim, nem a sua incerteza, tinha medo de seus trejeitos acentuados, tinha medo de sua visceralidade cortante, tinha medo de seus vícios recorrentes, tinha medo de não caber dentro de si. Tinha medo de se estranhar, de se arranhar.

Talvez tivesse medo de se surpreender.

3 comentários:

SGi/Sonia disse...

Oi Belzinha!

Está a todo vapor hein?
Que delicia!

Beijins:*

Unknown disse...

Querida, posso te contar um segredo?
não precisa ter medo pq... pq a cada dia, vc É surpreendente. Vc surpreende com seu talento, com sua doçura, com a paixão q só vc carrega em si e para si. E q compartilha com os pequenos olhos vivos e afortunados q te cercam. Vc É surpreendente, e isso só nos encanta, seduz, alimenta. Então, não tenha medo... abrace e aceite tudo isso que vc dá ao mundo de maneira tão natural, e tome um pouco para si. E se alimente, se nutra, se fortaleça. Se saiba capaz e segura de tudo, pq tudo, vc já é!!
Pena q não posso estar lá vendo tudo isso de perto, pq sei q os olhos cheios q te observam, sabem o q são: privilegiados!
beijos querida!!!

Bel disse...

Queridas ....

Soninha .... o trem está passando e me levando pra onde nem sei. Tudo o que sei é que ... estou gostando de estar dentro dele. Nenhum enjôo ... nem o apito estridente me tira a felicidade de estar viajando.
Um beijo,
Bel.

Chris ...
Quem me dera ser um tantinho de como me descreves. De como me observas. Ando aprendendo a não sofrer tanto. Ando aprendendo a me deixar levar ...
Tu e tuas queridices ....
Um grande beijo,
Bel.