... corria. Corria mais do que ninguém quando corria de si mesmo. Era veloz pra fugir do que lhe vinha em ritmo de marcha. Dura e cadenciada: assim era aquela dor. E ela corria mais do que um leopardo faminto num dia de trovoada.
Corria e fugia pra se esconder daquela eterna dúvida do que queria ser, do que poderia ser. Aquela dúvida do que já sentia ser. Tão difícil admitir. Difícil se auto-sustentar. Sempre quis respostas mas as respostas se propagavam tão baixo que deixavam de ser ecos para serem sussurros. E a voz parecia dizer: ainda, não. Confundia-se quando ouvia. Confundiam-na.
Haveria um dia que se diria: SIM! Diriam ...
Aguardava o tempo lúdico do esconde-esconde passar. Ele passaria e daí, talvez, ela saberia se escutar. Cochichos audíveis.
Os soldados deixam de marchar em tempos de férias. Os chumbos derretem e viram obras de arte. Há a verdadeira arte. À verdadeira arte!
Os estrondos do trovão virariam canção.
Há o silêncio que precede o esporro como disse ... ORappa. Mas haveria de existir o esporro que abriria espaço pr'um silêncio confortável ... por certo.
2 comentários:
Bela Bel, sempre doce e enigmática, sempre transparente...
Bel sinto falta desse seu mistério aberto, dessa doçura que vem de você, não posso mais ficar tanto tempo sumida desse mundo daqui.
Beijins
Soninha querida ... a ausência pode acentuar a falta: nossa ... que saudade de ti!
Entendo essa falta de tempo, entendo essa aceleração do ritmo da vida! Mas ... sempre fica aquele carinho primeiro que nos levou a concretude de um contato.
Saibas que te guardo aninhada desde lá ... tu e teus dois príncipes educadíssimos e vivos.
Ô família doce!
Um beijo grande ... para os meninos um daqueles estalados.
Bel.
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