Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

18 julho 2010

O abandono do quase: ou um novo tempo do talvez.

... aos poucos, mesmo em meio ao frio, sentia que o riso ia se descongelando. Sem neve, sem umidade deslizante, sem geada transparente. Só a sensação do frio que contrai: dos músculos ao riso. Só o vento cortante que no frio compõe e arremata o congelamento natural que há nos dias de hibernação. Nos dias que vem depois do solstício de inverno. Da janela do império Inca lhe vinha a marca daquele tempo: invernal.
E ... ela que gostava daquilo tudo que se colore em meio ao cinza. E mesmo ela agora pedia por aquele amarelo que reluz nos desenhos das crianças que se rendem a simpatia do Sr. Sol. Ah! O sol e seu riso largo vindo do mundo da fantasia.
Há descongelamentos que são naturais. Nada de água quente, nada de microondas nem de água corrente. Só a força do Senhor dos Senhores: o imperioso Sr. Tempo.
O mundo lhe acenava anunciando novas oportunidades. Talvez um riso lhe caísse bem. Talvez o improviso lhe sugerisse um outro riso: mais interno, mais fraterno, mais orgânico e terno. Talvez o talvez fosse um sinônimo do improviso. Queria se desapegar do (quase). Sentia um novo tempo: o do talvez.

2 comentários:

Ana Ventura disse...

Olá querida!
Tomara o frio ceda lugar ao mormaço do amor... bem quente!
Deixei para você um selo de ouro em meu blog. Sempre no meu coração,
Ana Liliam

Bel disse...

Liliam .... "sempre no meu coração".Que lindo isso!! Que linda és!
vou lá ti ver.
Muito obrigada pela lembrança.

Muitos beijos,

Bel.