Para conseguir falar sem lacrimejar ela olhava para cima. Uma técnica antiga de tentar enganar os olhos e diminuir o espaço de depósito de lágrimas. As despedidas eram sempre mais lacrimejantes. A orelha depois de aquecida pelo tempo das falas e das escutas sinalizavam o tempo da chegada da última palavra dita: até. Ele nunca se despedia com o tchau ou adeus ... quando no atropelo do momento ela assim agia ... ele a corrigia e lhe forçava a balbuciar o seu até.
Até que passou rápido .... até que faltava pouco .... até que a distância aproxima .... até que a saudade suportável alimenta.
Até que tantas vezes eles suportaram tantos até(s). Em 11 anos. Quantos até(s) existiriam daqui até a eternidade?
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