Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

17 março 2012

Tropeço ... Um espetáculo da Tato Criação Cênica ... Uma experiência sobre a sutileza!

... Sentou bem ao centro. O mais ao centro que conseguiu sentar. No seu centro ao centro da cena. Olhou ao redor que naquele momento era lateral. Viu ... os viu ... se viu ... se afastou e se projetou pra que tudo corresse o melhor possível pra todos. Tudo escuro e um canto se projetou na caixa preta. Uma a uma as velas se acenderam por uma delas. Tudo tão lindo naquele caminhar cansado. Tudo tão poético naquela mesa cenográfica. Tudo tão planejado que parecia simples. Aos poucos as emoções foram sendo oferecidas ... Uma a uma. Ela se pegava rindo e chorando ao mesmo tempo. Lembrava de quem dava vida aquele corpo anunciado primeiro pelas mãos. Sabia que as cabeças demoravam pra aparecer e se transparecer em formas tão humanas e vivas. Elas vinham em seus trejeitos apoiados pelo tempo ... Ora vinham cheias de cumplicidade em suas rabunjices ... ora delicadas e ternas em seus vícios, ora altivas e firmes em suas decisões. Ela ali .... paralisada em ver a sua frente tamanha imensidão. Teve a sorte de se aproximar dos dois artistas que animavam aqueles bonecos. Teve a sorte de recolher deles a humildade e a generosidade de quem é .... de verdade. Sem defesas se desmanchou. Sem defesas viu seus sentimentos escorrerem face abaixo e se deixou tocar. E se deixou penetrar por tamanha beleza. Viu a poesia concreta como espelho.
Tudo tão lindo que merecia ser guardado dentro de uma caixinha. O coração seria um bom lugar.
Há arte ....

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