Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

01 junho 2012

Intimamente esperava pra agradecer

... Intimamente sabia que desejava. Bem intimamente desejou o desejo daqueles dias. Desejou pertencer. Desejou ser uma voz que pulsa mesmo quando silencia. Desejou não mais desejar em dias de desesperos movido por incertezas que avançavam mais que anos. Desejou não desejar por nem saber se existia. Imensidões são como um deserto ... quase nunca se vislumbra o fim. Ao longe! Esquecera que haveria possibilidades de começos. De um dia vieram tantos outros. De um dia se via em tríade. Aquela arte sonhada. Objetivada. Aquele vigor dos que se entregam desmedidamente. Aquela cena poética e densa que embaralham as retinas e fazem pingar. Aquele figurino composto pra desnudar. Aquela luz em forma de moldura. Aquele ator de corpo inteiro, de olhos líricos sustentados por uma melancolia terna. Aquele diretor que olha pra querer ver. Aqueles dois bem ao lado, embora um estivesse sempre a frente, no centro da caixa preta enquanto o outro se posicionava ao lado dela ... sugerindo, insistindo na verdade, recolhendo essências. Aqueles dois ali ... Juntos por dias que já marcavam meses. Ela sabia que depois de tanto o inesperado novamente surgiria em forma de silêncios. Mas .... enquanto a vida gritava pra ser encenada, enquanto eles se uniam pra ver a arte alcançar sua expressividade e potência crítica. Enquanto ela não precisasse se despedir ... Sabia do muito que vivia. Sabia e desconfiava que talvez, também, merecesse. Talvez a insistência de não se deixar iludir, de não se deixar levar pelo entretenimento, de querer fazer inteiro e de verdade. Eram dias vívidos. Pareciam íntimos. Pareciam pares e trios. Pareciam doces como os cafés com bolachas dos intervalos. Intervalos doces recheados por períodos inteiros. Na verdade, não pareciam. Eram ....

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