Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

04 março 2008

... desapego!

Naquele exato momento as coisas por lá estariam (re) começando. Ela, na contra-mão, tentou se despedir. Havia decidido abrir mão.
Aquele lugar não poderia mais ser seu ... alguém precisaria renunciar... ela o fez! Tentou se desprender! Mas o movimento do aceno não se deu ... esperou ! Esperou passar... esperou sua memória passear po lá. Um tempo! Um avesso de um tempo.
Imaginou o encontro festivo que por lá poderia acontecer, e, mais uma vez, não se imaginou assim tão festiva! A desilusão daqueles tempos ainda lhe batiam à porta: da alma. Sabia que era um espaço privilegiado ... que era um palco encantado e mesmo assim disse: Não! Novamente ... tentou se despedir: uma paisagem nublada se colocou entre tv e a retina. Estranhou-se.
Um exercício de desapego: pensou! Tentou se orgulhar de sua decisão mas uma tristeza se interpôs e se colocou à frente ... bem diante dos olhos (quase) ausentes. Pensou: que entre a decisão e a ação existe um tempo de tomada de consciência ... percebeu que esse período era o mais denso já que exigia uma espécie de pausa, repetida. Hipercinética ... ela já havia passado por ele ... o movimento (de novo) se iniciaria. Os passos poderiam ser em forma de dança ... em valsa! Tentou animar-se ... em vão. Ainda não era "o" tempo.
Entristeceu-se um pouco mais por sentir que apesar de todo o esforço ela ainda estava naquele tempo de lá ... naquele entremeio... o de antes. Quis se despedir e quase conseguiu. Buscou uma inspiração sonorizada que resultou numa expiração alongada. Não teve vergonha de sua auto-exposição ... uma respiração barulhenta se deu e ela a ouviu. Deu-se um imediato alívio. Tentou alongá-lo também! Conseguiu. Um pequeno suspiro. Reconheceu-se.
O tempo foi se indo e com ele os primeiros instantes de uma sensação de solitude foram se acomodando dentro de si. Fez-se companhia. Uma companhia calorosa se apresentava e ela a recebia e sentia. Acreditou ainda mais ... no que lhe surgiria dali em diante. Os ombros desceram numa espécie de sinal ... posicionaram-se alinhadamente. Um encaixe! Novo descarrego! Foi-se deixando pelos cantos de lá e um aceno lhe pareceu natural. Finalmente: uma despedida. Aliviou o peito e acomodou-se no sofá terroso. Sentiu-se bem! Sentiu-se esperançosa novamente. Era um novo tempo!

5 comentários:

Geisa Mariana disse...

Tempo de recomeço, tempo de mudança...Que de tudo certo pra vcs!!! Bjss

Unknown disse...

Bel... acho que é mais fácil para as pessoas que te conhecem...mas mesmo não entendendo bem não me importo, pois a beleza do que escreve me encanta!
Bjins, Dani.

Bel disse...

Zeiza...ainda não é a mudança...em si. Sou sempre...eu!
Beijos, saudades.
Bel.

Dani... já te disse um vez e repito: talvez tu sejas a pessoa que mais me entende...por insistir em mim. Tua entrega me emociona.
Um beijo, Bel.

Anônimo disse...

Sério Bel, tu saiu do teatro?
Beijo,
Jana

Bel disse...

Janinha...querida. Saudades!!!
Não...Estou naquele que te disse...esse desabafo veio do ano passado...bem sabes! Por lá começou e eu decidi procurar outros caminhos...além desse que já estou. Novos horizontes..outras paisagens.
Um beijo, Bel.