Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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04 abril 2008

Salinidade

... era tamanha a sua vontade de ser de algum lugar ... de se medir por um tempo existente que ela se atirava ao vento, constantemente. Jogava-se num ímpeto desmedido e gerava sensações nos que se sentavam em roda com ela. Gerava desconforto em alguns e ela podia sentir a hostilidade de seus gestos ampliados pela negação. Tão acomodados em seu submundo ... eram eles ... tão adocicados pelo prorrogamento do depois. E, ela e sua salinidade. Ela girava voluptuosamente querendo tudo pra aquele instante. Devorava-se junto com sua ansiedade, com seu imediatismo operante. Nada poderia ficar ausente, muito menos ela. Tamanha exigência lhe roubava o silêncio. Tudo era barulho, tudo era ruído e a paz se diluía em meio a entrega ... única. Parou, mais uma vez, e se colocou diante do espelho. Viu-se bem de perto ... e a água cristalina que apareceu armazenada nos seus olhos espelharam um pouco mais da sua inteireza e vontade . Aceitou-se, novamente.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo Bel!
As lágrimas...está tudo bem?
Sei que a alma poeta é sensível...
Bjs, Dani.