...aquele sofá preto sempre acumulava pó: pensou. E, mais do que angustiadamente tentou sugar cada fiozinho branco segurando o cano do aspirador de pó na palma de suas mãos. Entre seus dedos avermelhados pelo esmalte de ontem ... viu-se segurando o cano com uma força desproporcional ao movimento habitual. Percebeu-se incomodada demais com aqueles enroladinos de fios que insistiam em se manter naquele lugar (acomodadamente recostados em seu sofá preto). Irritada, resolveu desacelar e deixou-os por lá. Abriu suas mãos que estavam marcadas por uma força quase raivosa. Aliviada, desligou o aspirador de pó, desligou-se também, Aquelas pequenezas deveriam ocupar o seu exato tamanho. Aquilo tudo não deveria ter tamanha importância. Guardou o aspirador de pó. Aguardou-se também. Depois de alguns segundos conseguiu sentar-se no seu sofá preto ladeada por alguns resistentes fios de pó. Sentiu-se mais resistente que eles. Ela havia encontrado um certo controle.
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3 comentários:
Bel...
Cada coisa em seu lugar...acho que damos importância demais a coisas sem merecimento.
Acho tão bom vc estar de volta.
Adoro seu escritos, não me canso de dizer isso.
Bjus.
Equilíbrio.
Minha meta mais atual.
***
Bom que voltou. Senti falta de seus textos intensos e, por vezes, psicodélicos.
Beijos.
hehehhe....ficou irritada e depois se conteve....adorei!!!
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