Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

31 março 2009

Concretude: um exercício pra ela ... Ouvir!

P.s. Aqui ele está fazendo "teatro": uma indicação " ... um drama, Arthur!". Ele faz isso, pode?

Naqueles quatro últimos dias de vida cheia ela havia silenciado. Propositadamente recolheu seu teclado preto pra se proteger da vólupia que insistia em lhe fazer cócegas em tempos como aquele. Disfarçou sua alegria e aguardou a terça-feira se apresentar. Nela existiria uma promessa: um encontro. Pelo meio da tarde sentou em frente ao seu espelho vermelho e esperou o que iria ver ... e veio vindo bem de longe a vozinha dele (seu príncipe Xuxú) ... veio vindo os passinhos apressados dele, veio vindo sua carinha cheia de dengo a lhe chamar: ... ôooo Diiinnnddaaaaaa. Ela viu, recolheu e reconheceu seus olhos grandes e arregalados lhe espiando. Aceitou o convite ... e foi brincar. Sem saber Arthur lhe convidou pra dançar como naqueles dias em que Amy invadiu a tela grande e lhes fez valsar (em que seus pezinhos leves se apoiavam nos dela que eram avermelhados pelo tom do esmalte colorido). Bancou a proposta e se preparou pra mini-cena. Em meio a tanto conseguiu segurar pela mão um afeto puro em estado dos mais brutos. Porque assim é o amor ... bruto em sua necessidade de existência, incontrolável em seu encantamento e inquieto em sua pulsação. Não há disfarces quando se está encantado. Não há. Ela bem sabia.

E ela foi e se deixou sentar e se levar pelo chamado dele. Ouviu , viu, sentiu e se colocou em movimento. Reencontrou um movimento seu. O som saiu: "tu corre" ... e um ... " seu coisinho" ... ainda acompanharia, por certo. Entendeu algumas coisas que não havia (ainda) sentido. Aliás ... confirmou que só se entende quando se sente. Entendeu e se alegrou com a possibilidade da descoberta ... contínua. Continuaria em si ... mais do que em qualquer outro(a). Continuaria vendo os olhos grandes daquele príncipe Xuxú que sempre teve olhos úmidos e que por serem assim alagariam os dela ... pra sempre.

3 comentários:

Unknown disse...

Bel querida, q lindo seu afilhado! e q lindas suas palavras (como sempre!rs)....
"Em meio a tanto conseguiu segurar pela mão um afeto puro em estado dos mais brutos. Porque assim é o amor ... bruto em sua necessidade de existência, incontrolável em seu encantamento e inquieto em sua pulsação. Não há disfarces quando se está encantado. Não há. Ela bem sabia." aiai!
beijos!!

Geisa Mariana disse...

Aiiii que essa comadre me faz chorar por 2x...Uuuuiii! Consigo ver a cena dele excitado de tão feliz com a presença da Dindaaaaaaaaa aki em casa. A casa fica verdadeiramente pekena pra vcs dois! saudade de ver isso...ver...pq senti eu consegui agora lendo tudo isso...Bjsss comadre e obrigada pelo carinho de sempre!!!

Nina disse...

rsrsrs, a veia artistica da tia!