Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

02 abril 2009

Ecos

Ela teria que se "autodublar". Dura tarefa pra quem tem no corpo o seu primeiro sussurro. Em frente ao microfone ... vendo sua imagem se vivificar na tela em frente à ela ... tentou se ouvir pra depois falar. Repetir ou fazer diferente? Escolhas. Difícil tarefa aquela de dizer o que já havia dito com uma certa emoção. Pensou que a vida, por vezes, exigia um trabalho de dublagem sobre as ações repetitivas que se naturalizam pela ação devastadora do tempo. Aquelas ações rotinerias em que insistimos reproduzir a fala ritmada pelo cansaço do momento... intolerâncias impensadas. Delicadezas perdidas . Aquelas ações em que o texto já foi decorado através do monólogo que nem ao menos ecoa. Comportamento repetitivo. Exaustão de sentimento: uma boca que diz automaticamente. Alguns automatismos da mente induzem a mecanização nas relações. Padrão desviado? Não ... o desvio se dá na rebeldia de não compactuar com a mediocridade. Na vontade de se (re)fazer em tempo. Na urgência de não se apegar ao amanhã. Na emergência de sentir o pulso e se ver vibrar. No limite que delimita qual é o seu lugar... devido. Optou em fazer diferente. Optou em se recolher novamente.

2 comentários:

SGi/Sonia disse...

Fez uma dublagem de si mesma?

Tá lindo demais o rei Arthur, crescendo de todos os jeitos!

Beijins bela Bel:*

Nina disse...

Bocas automáticas.
putz, gostei de pensar nisso...

qts bocas mais sao assim?
se fosse automatizadas pra so dizerem coisas bacanas, poxa, que supimpa seria.