Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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03 agosto 2010

Um brinde ao erro

Era muito estranho pra ela não se estranhar tanto. O estranhamento de si deu lugar a um estranhamento outro. Do outro ... da outra. Era um lugar diferente e o olhar doce que vinha dele parecia acalmar o mundo inteiro. A aula conduzida por ele parecia vinda dos tempos de antes: era o prenúncio da ludicidade dos tempos de infância. Ele sugeria que o riso pudesse vir de uma dor. Ele sugeria que o improviso fosse um lugar para se estar no presente. Ele sugeria que o erro fizesse parte do espetáculo. Não aquele erro preparado. Não. Sugeria um erro intrínseco a vontade de nunca deixar de acertar. Eram muitos ... tantos e tantas! Apegos, desesperos na súplica que há no olhar de quem sabe que há quem possa destacar. Tantos e tantas querendo "um lugar seu". Aquilo pra ela sugeria um certo desespero. E há tantos desses nesse mundo da caixa preta. O centro nem sempre é o melhor lugar. A periferia é ainda uma possibilidade nesse jogo. Inevitável as desilusões ... naquele dia aquela era a segunda.
E os sussurros eleveram-se. Ela gritou seus anúncios.
Continuava mais em si do que antes. E isso ... poderia ser sugestivo no terreno das sugestões.
Ainda não havia se alegrado por estar lá. Ainda precisava se libertar de algumas pendências. E eram as humanas que mais lhe exigiam. Queria estar só por lá. Queria esquecer-se de si.

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