Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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03 agosto 2010

A dança das cadeiras da casa de portão vermelho

Era pra se encontrar com a sua criança: aquela lá de antes, aquela que é formatada pelo tamanho pequeno, aquela que tem os olhos cheios, aquela que tem vontades e mais vontades. Antes disso veio o jogo das cadeiras: agilidade nas trapaceirices permitidas. Ela tinha voz no jogo. Ela provocava quando estava no centro, ela quase não ficou no centro. Tinha agilidade e coragem de se colocar. Reconheceu seus gritos da época do voleibol. Lembrou que em sua infância quase não brincou livremente. Tinha encontrado na esportividade sua forma de inclusão. Suas brincadeiras assumiram um formato esportivizado. E mesmo quando ia para o mar brincar de pirâmides vivas, mesmo lá no mar ela se relacionava competitivamente. Ia com sua pranchinha pra perto dos meninos surfitas. Era aceita. Quase não se relacionava com as meninas. Quase não se interessava por elas. Ainda permanece assim ... distante delas.
E do ritmo da dança das cadeiras ao período do colchão no chão pra reencontrar a criança de lá ela se viu. Sozinha e madura demais. Séria e cheia de preocupações demais. Livre e serena de menos.
Quanto tempo se foi ... quanto tempo ainda necessitará?

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