Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

05 agosto 2010

Um dia bom

... estava determinada a silenciar e esperar o ritmo do jogo. Queria ser escolhida pois estava cansada de sempre escolher. Foi sozinha e chegou cedo. Foi com algumas dores: da cabeça à coluna. Destacando as dores físicas apenas. Foi do jeito que deveria ter ido. Dia frio. Contrações fisiológicas.
Chegou cedo e se aquietou nos alongamentos. Foi cedo e se deixou entardecer por dentro. Da música irradiada pela velocidade da tecnologia viu seu ritmo descompassar. Viu a mágoa ser acalmada com uma xícara de chá. Viu com outros olhas as coisas mesmas.
Ficou na caixa preta e deixou a caixa preta lhe presentear. Na parede da sala esperou por sua companhia. E veio a letra r se amoldar na boca. Em gromelot ela lhe veio acompanhar. Quis que a coisa acontecesse. Cedeu ... no alto de sua irritação deixou que o r se acalmasse em meio a ternura pessoal. Ambas se encontraram no meio do caminho. Deram-se as mãos ... quiseram bailar. E assim foi.
Na volta a tortura daqueles últimos dias se desmancharam pelo contorno do caminho. Disse à ela as coisas mais difíceis de dizer. E ela soube ouvir. Quis que ela lhe dissesse algumas outras mas ela ainda se poupou. Talvez em nome do que poderia ainda ser.
As despedidas atropeladas sempre deixam sussurros no ar.
Mas amanhã seria um hoje. E de lá pra cá ... havia a chance de se jogar: de verdade ... nessa nova vez.
Um dia bom ... laços de fitas ao meu redor.
Quando se quer ... se tem. Há esforço na entrega. Mas há tanto pra se ganhar quando a gente ouve de verdade.

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