Ela ainda fazia muitas suposições. Mas evitava. Evitava-se. Controlava sua vontade de supôr sobre todas as coisas do mundo. Sobre si. Tentava organizar seus pensamentos e diminuir os ruídos de sua intuição com o passar do seu tempo. Supunha que conseguia ter mais clareza das mesmas coisas. Mas as mesmas coisas nunca são as coisas mesmas.
E ... toda suposição guarda em si uma suspeita. Entre o sim e o não sempre haverá um talvez. Havia muito tempo que vivia nesse limiar do talvez. Queria ter coragem de encontrar um lugar pra chamar de seu. No fundo daquela caixa preta ... queria colocar uma fita isolante no chão. Queria ter a sua marca naquele chão, queria encontrar a sua trupe. Queria isolar toda a espera daqueles anos todos. Como passa o tempo? Como o tempo tem tempo?
E talvez ela ainda precisasse supor mais sobre si: sobre sua vontade urgente, sobre seus medos em se apresentar, sobre sua timidez disfarçada, sobre sua vontade de não querer mais esperar.
Talvez precisasse mesmo se oferecer: numa bandeja cênica cheia de doçuras e guloseimas. Talvez precisasse bater um sino e deixar o zumbido dele ecoar pelo mundo inteiro. Talvez alguém escutasse e viesse lhe dar a mão e lhe convidasse à pertencer. Enquadrariam-na no fundo da caixa preta pra começar.
Queria pertencer.
4 comentários:
Minha querida! Quanta saudade. Que bom que voltou, venha sempre que quiser - e puder.
Um beijão!!
Querida ... sempre tão querida!
Tu tens um lugar especial que guardo só pra ti... pras tuas gentilezas e delicadezas, Aninha.
Muitos beijos!
Bel, quanta saudade de tudo, de vc, das meninas...
Bjusss
Biana ... querida! É verdade ... quanta saudade daquele ritmo menos acelerado e (talvez) mais encantado, né? A gente se acompanhava mais de perto ... mas ainda assim, guardo na memória cada uma.
E quando vem alguém dos velhos tempos me ver ... meu coração se alegra.
Tudo bem contigo? E o casamento? E a Mirella que essa Titia tanto ama?
Esperoq ue esteja tudo muito bem ... querida.
Beijos, Bel.
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