Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

14 novembro 2010

Arregalar-se

.... depois de dias sem letras, sem batidas alteradas do coração, sem muita vida inesperada ela sentia necessidade de abrir sua tela emoldurada pelo rosa e ver o que as letras imprimiriam naquela vitrine virtual.
Nenhuma emoção nova havia desabrochado. Apenas as rosas coloridas do seu jardim anunciavam um novo tempo. Mas dentro dela ... nela .... só mais uma espera. O tempo de vida experimentada havia ficado pra trás há mais de um mês. Ela havia deixado a casa de portões vermelhos dentro do coração porque as cores iriam combinar. Era tempo da casa de olho vivo: havia uma certa frieza fixada por lá. Talvez mais nela do que em qualquer outro lugar. As paredes se mantinham como antes assim como as bolachas e o café. Mas ... o pulso. Nenhuma casa é sua se for alugada. É só um tempo ...por um tempo controlado. Não há como pregar um prego na parede sem sentir a dor da destruição: um prego na parede altera a ordem. Há uma pequena demolição. Mas mesmo as grandes iniciam de um ponto ínfimo. E assim corriam as horas daquele mês de novembro.
Chegaria o Natal. ... ela já havia se antecipado nos enfeites. Já tinha luzes em algumas janelas de sua casa. Os papais- noéis já estavam com seus olhos arregalados para ver de novo um novo mundo. Assim ela também deveria estar: arregalada pra esperar o que viria.
Arregalaria-se.

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