Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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16 abril 2011

A (possível) ilusāo de uma borboleta

... Enquanto molhava o jardim com o sol à pino ela pensou na exatidāo que há quando se confirma a posiçāo do sol ao meio dia. Um ângulo projetado pela sombra. Exatamente linear. Redirecionou o olhar do azul do céu para a grama verde. Ela sabia que era inapropriado regar o jardim quando o sol atingia seu maior momento de explosāo. Mas entre a indicaçāo e a necessidade havia uma distância grande. Os últimos dois dias haviam sido corridos e a secura se anunciava nas folhas das pimenteiras que estavam murchinhas e tristes. Simulou uma chuva com a mangueira verde. Tentava camuflar a artificialidade inerente. Em meio a chuva produzida por ela através da mangueira levantada para molhar de cima pra baixo direcionou gotas leves na tentativa de nāo despetalar as flores. De nāo se despetalar.
Mergulhada naquela chuva inventada sentiu a força do sol lhe apertar os olhos miúdos e avermelhar a pele branca Das Neves.
Numa virada de olhar observa a aproximaçāo de uma de suas borboletas. Era a preta com manchas amarelas: pequena, discreta e ligeira. Num impulso ela dirige o jato da mangueira em sua direçāo. Na apreensāo que uma experiência nova sugere recolheu o jato. Viu a borboleta rodopiar. Parecia brincar. Parecia se refrescar. Parecia lhe agradecer.
Desejou que o que parecia ... fosse.

2 comentários:

Biana França disse...

Bel, adoro vir aqui te ler e te ver, pois te vejo nos seus escritos.

Bjysssss

Bel disse...

Bi ... Eu adoro que tu me vejas! E a vida? E o amor? Um beijo grande,

Bel