Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

17 agosto 2011

Límpida

... Depois de dias esquecidos pela cotidianiedade dos dias sequenciados ela percebia o turbilhão que o silêncio exige. Os dias anteriores vinham anuciando uma reviravolta naquela vidinha tranquila marcada pelos mesmos comportamentos costumeiros. Nem o jardim florido nos últimos dias de inverno lhe fazia querer remexer em suas terras àridas. Nem as vasilhas vazias de seus passarinhos libertos lhe comoviam ao observar que lhes faltava àgua limpa. Límpida a ponto de se congelar por dentro. Inerte em seus volteios.
Bastou uma ida. Bastou uma vinda pra perto dos seus para que a vida lhe tocasse em tons terrosos. Pés no chão entre a grama e o palco. Coração vívido estimulado pela ludicidade dos dois meninos que atendiam pelo mesmo nome. Um de lá outro daqui.
Ela mais aqui do que acolá.
Bem dentro do que é. Bem íntima do que projeta ser. Bem inteira em suas entregas. Bem mais ela.
Acomodada em si. Ampliada por sua insistência em se refazer.

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