Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

19 setembro 2011

Espalhe-se

Ele chega e espalha seu olhar doce sobre as coisas mesmas. E através do olhar dele ela se diferencia.
Ao vê-lo espalhando ela se percebia juntando. Acumulando. Amontoando alguns restos que sempre se perdem quando ele não está. Armazenando amor.
Mesmo quando não está ainda é ele que sobrevive do que sempre fica. Talvez porque se espalhe junto com seu olhar. Talvez porque ela tenha o dom de recolher. Mesmo quando jogam fora. Ela recebe.
Ele devolve com sobras.
Sempre foi generoso.
Há o café da manhã quase ao meio dia no Coeur. Há o riso e os beijos com barulhos lançados ao ar pra dizer que estão juntos mesmo quando em cômodos separados. Há ruídos na casa. Há poesia nos olhos. Há flores no jardim. Há o gato de rua mais perto da casa. Há graça das mais graciosas quando estão em par.
Daqui há 3 dias o mundo teria a sorte de vê-lo espalhando seu olhar sobre outras terras. Mal chegou e já partiria. Longe dali e sentindo um pouco de frio ele ficaria por mais alguns dias. Ela bem sabia que seriam semanas. Contavam em dias pra que a vida se diluísse mais centrifugamente.
Ele voava e ela sempre soube disso. Assim como voam os "seus" passarinhos do quintal. Ele do outro lado do oceano. Cruzaria um deles enquanto ela pisaria na grama conhecida do jardim. Prometeria voltar. E ela se derramaria mas depois recolheria tudo aquilo que espalhou. Irrigaria seu jardim.
Entre bananas, abacates e mamão ela os veria pousar pra se alimentar ... como se fosse a primeira vez. Acolheria seus pousos e e os acomodaria em cada retina. Ao vê-los .... saberia que ele também retornaria mais cheio do que foi. Mais pra eles do que já é.
E desejou:
Que se espalhe!

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