Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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14 setembro 2011

Pertencimento

Era mais que um pedaço de gente. Era gente daquelas grandes de tudo menos de tamanho. Um lindo menino de pele alva que combinava lindamente com seu jeito claro de ser menino. Uma criança que vinha em sua direção com olhos tão vívidos que pareciam querer se misturar aos dela. Ele olhava de um jeito tão profundo que chegava a lhe dilacerar em fração de segundos dos densos minutos em que brincavam juntos. Essa era a herança dele pra ela: a brincadeira lúdica. Das princesas à linda rapunzel. O mundo parava pra eles dois de segunda à quarta-feira. Isolados do grupo ela mergulhava cada vez mais fundo enquanto ele despertava pra' s possibilidades de se relacionar. Ambos envolvidos cada vez mais para dentro. Ela misturada com ele. Ele dentro dos olhos dela. Bem guardado. Lindo de todo.
No chão preto da caixa preta rolavam. Cortina preta pendurada. Cortinas vermelhas pra depois. No alto. Era aquele o lugar em que ele lhe colocava.
Das brincadeiras inventadas: escondiam-se da bruxa, lavavam as tranças da Rapunzel no rio cheio de piranhas. Ela e ele. Um príncipe e uma princesa. Invertidos. Mas ainda assim eram advindos de uma realeza. Ele certamente era. E a inclusão dela era um gesto mais que generoso. E naqueles instantes ele lhe oferecia joias reais. Passos pequenos enquanto Artur corria rindo. Escondia-se aconchegado nela.
Dos olhos .... das bocas. De corpos inteiros.
Ele aceitava cada trejeito que ela lhe oferecia e aquilo lhe curava a cada novo dia. Um despertar se deu. Graças a ele. E um dia ela lhe agradeceria por cada grama daquela tonelada de bem. Bem-querer!
Um menino de quase quatro anos lhe acolhia de um jeito tão amoroso que ela se sentia parte daquele teatro todo. Como se de lá fosse. E ainda que não fosse ... Ele nela era.
Ele é uma estrela daquelas luminosas. Um bem-fazer que ela jamais seria capaz de descrever.
A conquista se adensa e junto com ela um amor puro que deseja que ele seja feliz. O mais feliz que puder ser. Tão feliz quanto ele lhe faz ser.
Braços abertos de segunda à quarta. Afeto sincero pela vida toda. Minutos fazem uma vida inteira em dias como aqueles. E nunca é a mesma coisa quando há coisas inteiras por dentro.

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