Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

02 dezembro 2011

Ao meio dia de um segundo dia

... Segundo dia de dezembro num cinza aparente aclimatado por uns 16 graus durante o dia. Parecia perfeito visto sua inclinação habitual ao contexto da melancolia. Ao meio dia enquanto todos almoçavam ela tomava seu café da manhã no Coeur Douce com toda a vontade que lhe cabia naquele dia em pleno meio do dia.
Tudo quase perfeito não fosse a ausência da sua arte. Da sua arteirice que lhe salvava dos pensamentos, das melancolias, da armadura, da fantasia descabida, da poesia decorrente de uma íntima dor. Sabia do que sentia falta. Como aquele passarinho da semana retrasada ela queria se encolher em suas vivências no centro daquela encantada caixa preta. Queria se ver antes de qualquer um, queria o enfrentamento de suas dores musicadas e por serem assim ... amenizadas. Queria a luz. Queria o doce que a cura traz. Seriam mais de 2 meses e a vida seguiria. E as saudades diminuiriam ... E o esquecimento poderia ocupar espaços definitivos. Era esse o preço exigido pela distância que o fluxo da vida impõe. Nada para depois ... nem o pensamento. Tudo findo no último mês de um tempo. Deveria agradecer mas a ingratidão lhe invadia em dias como esse. Deixou mais uma imperfeição aparecer. Nada de maquiagem pra embelezar o medo do que não poderia mais existir. Fez um esforço pra relembrar das conquistas, dos aceites, do que foi. E por ter sido ainda é. Memórias afetivas custam pra reascender com precisão. Deixou. Recolheria o que sobrou.
O tempo .... Sempre ele de mãos dadas com o destino.
Vida que seguiria! Depois do cinza, depois do frio. Temia pelos dias ensolarados. Queria uma chuvinha fina .... Límpida e poética.
O que seria dela?

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