Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

15 junho 2012

Na noite de ontem: da queda a elevação

.... Depois de dias de "dias inteiros e noites intermináveis" chegou o grande dia:o primeiro. Chegou cheio de tudo o que poderia carregar. De coisas miúdas à coisas mais graúdas tipo as que importam de verdade e que por proteção insistimos em querer dissipar. E aos poucos as luzes apagadas continuaram como um bafo de luz de plateia. Lugares foram sendo acomodados por corpos suspensos. Um grupo de mais de 65. Gente sentada e posicionada em frente à um palco recortado e minimizado pra ampliar. Uma tela branca receberia impressões de olhos que se sobreporiam as imagens sugeridas pelo diretor que de tão brilhante insiste em simplificar. Dois homens feitos .... feitos de coragem, de insistência na arte, de afeto sem frescuras, de inteligências multifuncionais, de densidades vindas de livros mas vindas de outros lugares mundanos também. Eles dois e ela. Ela mais ereta do que antes. Mais viva e mais disponível .... por eles. Mas a hora de estar por ela lhe chamava .... Controles de produção, recebimentos de ingressos, oferendas de mínimas palavras acolhedoras. Ela .... Exposta a si mesma. De frente com um desejo que já tinha idade. 10anos. Nem havia percebido a velhice do desejo ou a juventude do acreditar. Entre um e outro. Entre todos e todas. Ela. E eles num lugar mais alto. " Nas alturas" de um alto capaz de ser sustentado só por pessoas vivas de dor como eles dois. Enchia os olhos pra admirar. Admirava admirar-se depois de tanta devastidão. Depois da aridez prepotente de outros tempos. Tratava-se de irrigação. Tratava-se de molhaduras. De gotas. De cachoeiras inteiras. Inteiros e não pela metade. Mais em tempos de "mais ou menos" . Menos luz pra quem nem tem foco. E a fila se acomodava enquanto ela se permitia. Estar .... Ser ... Sem previsão de tempo. Só naquele novo tempo de violetas azuis num vaso de mesma cor. O azul que tudo protege. Dos olhos e das bocas que não dizem e por não dizerem fazem dedos acusar na sutileza de um ínfimo movimento. Depois de 10 minutos. Na cabine de som ... Ao lado de um e a frente de outro o mundo encantado foi prometido. Cumprido em frente de si mesma. Na crueza de um teatro de rasgos. De cortes. E socos. De salivas. De tudo. De tudo que há em quase tudo. Há a esperança que nem sempre precisa da fé. Há o que o encanto e o acreditar prometem. Há a junção. Todos num mesmo. Um mesmo capaz de se sentir qualquer outro. Há o afetoooooooo! Mil vivas a quem tem coragem de se jogar sem saber se irá receber. Receber o que lhe é devido em diferentes espeécies. Nem troco nem trocado. Receber inteirezas de um olhar cúmplice que foi conquistado depois de toques e retoques insistentes. Nada é de graça. Nada de graça. Graça qualquer nunca me serviu. Nunca nos serviu. Nunca me servi dos outros e hoje tenho pratos cheios disponíveis para que eu me lambuzar de aprendizado de um sem fim. Nunca .... Nunca me cansarei de dizer: que sorte a minha! Que sorte insistir no que me há por dentro. O mais dentro de qualquer outro lugar. Euuuuuuuu! Na profundidade do que insisto ser. O que projeto vir à ser. No que busco e no que ofereço. No que creio e no que sinto. Mas acima de tudo .... A sorte! Que o trevo continue inteiro e íntegro pelo tempo que tiver que ser! Que sorte a minha! Não me abandonar antes da hora. Antes da cena. Vivaaaaaa!

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