Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

22 junho 2012

Desesperar

Naquela noite de casa cheia ela se sentiu. Sentada na cadeira que acomodava uma luzinha pra ler cada palavra dele. Deles. Eram eles ... Ela era junto com eles durante aquele tempo de antes. De amanhã ainda seria. Mas o depois de lá? Sentia as coisas ficarem aos poucos menos conjuntas. Conjecturas de um olhar cheio de molhaduras depois daquela noite inteira. Deixou-os à sós. Sentados numa mesa que apoiava dois copos de cervejas complementares. Uma preta outra amarelada. Eles precisavam daquele tempo. Ela precisava também sair de cena. Foi. Sustentada por suas pernas ... Correu pra chegar no carro. Correu de si e de seus medos. No fim de tudo .... Era sempre ela. Com suas coisas bipartidas. Com sua volúpia indefinida. Nada por vir. Sentia as batidas que a despedida sugere bem dentro do coração. Sentia a cena se diluindo bem em frente ao espetáculo construído. Sequer saberia pra onde ir depois daquele passeio naquele tablado de menos de 1 metro e meio. Perdida girava pra alongar aquele tantino à mais de vida inteira. Esperaria nada mais esperar. Nem desesperar.

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