DIAS DESSES...CHEIOS NO VAZIO!

...um tempo que não circunda..que não nos faz girar...voltas e meia...não é um tempo consistente...é passa-tempo. São dias daqueles de rotinas pré-vividas...cozidas a sal e óleo...como o arroz do dia à dia....sem alho...sem gosto nem cheiro!
Um tempo que não nos retira o ar...mesmo que esmagando o peito de dor...não é tempo vivo...latente....presente. É tempo de antes...tempo de sempre....são dias corridos pela urgência das horas que apesar de se repetirem em números correm à cada dia mais velozes...como se fossem se inventar em outros números que os 24...fugazes. Dias assim... esgotam o pouco de possibilidade de vida nova em nós. Precisamos criar espaços de vazios em nós...vazios que sejam capazes de fertilizarem novidades...ainda que fluidas e passageiras...segundos na eternidade!

Vida nova....aquela dos dias de episódios inesperados...como um sanduíche num boteco (copo sujo)...como um macarrão feito pra homenagear você...recebendo seu nome incluso....como uma chuva gelada numa saída de noite dançante....como um chocolate quente numa tarde complicada...como comprar umas presilhas novas....como a visita de alguém de casa, sem cerimônias....como o olhar de cumplicidade entre amigas antigas num tempo do coração...como a confirmação de um olhar já anunciado...como a decisão de se querer ter um pedaço de nós em outro (a)...como a roupa nova tão desejada...como a casa limpa e cheirosa...como a cama pronta...como o presente dado sem seu dia marcado!
Dias de vida...pulsada...sentida...doída...são estes dias cheios em meio a imensidão do vazio das semanas infindas....são dias de densidade figurativa...e não de ilustração. São desenhos pintados em telas internas...amplas...e eternas!
Que possamos ter dias em vida cheios de fragmentos significativos de emoção!
Beijo,
Bel.