Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

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31 maio 2008

Quietude

Abriu-se pr´um mundo inteiro porque bem sabia que o primeiro portal era o seu.

Pisou delicadamente por espaços que reconhecia. Um jardim em flor lhe apareceu aos poucos, conforme o ritmo das idas e vindas (cênicas). Viu e sentiu a terra (re)mexida. Um cheiro de frescor. Adubou-se. Conseguiu se desviar dos espinhos ... aqueles: os seus. Elevou-se pela espinha dorsal sustentando uma linha imaginária acima da cabeça sem se machucar como antes. Deixou-se aquietar por lá em alguns instantes de um infinito movimento. Ocupou seu espaço afastando o pavor. Sentiu uma leveza e percebeu-se menos densa. Mais leve que antes fluiu ao som de seu novo tempo e dançou múltiplos ritmos. Sua quietude interior gritou elogiosos cumprimentos. Havia se (re)feito. Aquela caminhada havia sido seu primeiro momento e hoje uma corrida lúdica já era possível. Respirou, alongou e se fez presente. O primeiro passo é sempre o mais difícil. Deixou-se devorar!

Voltou feliz de ser quem sempre soube ser, soltou-se mais uma vez em cima de si mesma e se viu mais condensada em forma de essência. Espremeu-se. Num frasco se pôs e se aguardou....pra depois, bem depois. Depois de tudo ... depois de si. Ego abaixo viu seu pedaço de gente quase valsar, encontros novos se deram ... lhe deram de presente um mundo inteiro espelhados em retinas. No vazio se viu completa e cheia de olhos e bocas e ares e mares. Em ondas a vida se oferece a cada novo olhar.

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