Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

19 setembro 2008

Ainda ...

Ela ainda observava os olhares que lhe miravam desde os pés. E, desviava-se usando um salto alto. Ela bem sentia sua face querer avermelhar. E, coloria-se num blush cor de boca: a sua.

Ela bem se aquietava quando tinha uma vontade de esbravejar. Aprendizado? Aquele encolhimento que eles(as) tentavam impor não lhe reduziria apenas o tamanho. Diminuíria o volume de sua expressão, sua primeira intenção; de ser diferente de si, de se colocar inteira e desarmada no centro daquela caixa preta. Ela bem sentia, ainda sentia. Ela bem controlava, ainda se controlava. Mas ... ia, insistia, aumentava sua resistência à qualquer forma de covardia.

Ainda ...

4 comentários:

Elga Arantes disse...

Resiliência.

Sim, resiliência é um dom. Talento humano, antes de ser uma característica física de alguns materiais.

Mas, agora, pensando no que dissestes, penso eu, que somos para alguns (ambientes e pessoas)como que uma espécie de material ao qual se testam as capacidades de se deformar e depois voltar ao estado normal... ou, original; ou, pelo menos, originalmente desejado.

Desejo, necessidade e vontade.

"Você tem fome de quê?"

Um lindo final de semana, Bel.

Sheyla disse...

Oi Bel,
Voltei. Depois conto mais do que vi e vivi em Fortaleza.
Em relação ao que li agora: ou viajei de vez ou será que já presenciei isso antes. Me vi um pouco ali, sendo um deles(as).
Daí como tudo muda, graças a Deus, 2002 só aconteceu em 2002. Não houve reprises.
Mas fiquei curiosa em relação a vc?
A insistência, a resistência e o ainda...
Me pareceu uma cena de antes.
Será?
Bjs.

Bel disse...

Elga, tua análise me ajudou tanto! Mas de um tanto!É assim mesmo que sinto ... deformando-me muitas vezes, pra tentar ser um tanto igual, pra tentar me adptar ao que se considera: estado original.
Agradeço a tua presença que passeia pelos meus dias.
Um grande beijo, Bel.

Sheyla...2002 ficou por lá. Mas algumas reprises acontecem até no horário vespertino, não é? Em mim... ainda me estranho com algumas atitudes egocêntricas deste mundo das "ärtes". Sempre tentei exercitar meu lado cooperativo... e quando banco alguma proposta teatral vou com olhos e coração cheios. Sinto que sou parte e me lanço ao vento. E, sendo assim, isso, às vezes me torna muito voraz. Vou de verdade e essa atitude causa uma certa estranheza...menos em mim, mas, ainda em muitos(as).
Dos tempos de lá ... quase nada em mim restou, mas acredito que poderemos conversar um dia, saboreando um café quetinho e com um docinho leve pra nos reaproximar.
Um beijo, Sheyla.
Bel.

Bel disse...

Digo, ainda, Sheyla: reaproximar um tanto à mais.
Outro beijo, Bel.