Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

11 novembro 2008

As coisas primeiras confirmam as coisas de antes.

Ela saiu de lá com uma espécie de confirmação, de aceitação, de compreensão. Mas o vazio ainda estava encostado num canto qualquer. Espreitava-lhe com seus olhos claros em meio a escuridão aparente. Ele lhe chamava pelo nome e insistia em se fazer presente em horas como aquela: em que tudo parece estar no seu lugar, quase serenas. Em que as coisas primeiras confirmam as coisas de antes. Em que o mundo pára e espera você passar, quase desfilar.

Ela quis agarrar o medo e imobilizá-lo num golpe certeiro e ligeiro. Mas a auto-exigência comprimia sua entrega inteira para o golpe planejado. Nada poderia lhe escapar, seriam minutos de possibilidade rumo ao inesperado. Mas em dias como aqueles a previsibilidade do esperado sempre chegava primeiro. Ela teria que esgotar o previsível e buscar alternativas que mantivessem o substrato das essências.O tempo de um exercício era o tempo da sua vida, ali, naquele lugar sagrado. Ali tudo lhe fazia sentido. Ela ia e quanto mais se via mais queria entrar. Pensou em mergulhar para dentro da escuridão e tapar os olhos claros do curioso vazio. Sem ar voltava meio esbaforida. Fôlego de um respiro e retornava pra encontrar o ar. Conseguiu tocar o vazio mas escaparam os seus olhos.

Um comentário:

Salve Jorge disse...

Já concatenei ciclos
Entre versículos
Coloridos círculos
De peralta entropia
Que assalta
Faz que faz falta
E desfaz
Como em tempos atrás
Alguém mais
Mas
Vazia
Mesmo na periferia
Esmo
Mais do mesmo
Deveria
Se ver
Verter
Que só assim versaria
Sem fim
Mesmo crescendo no capim
Primeiras
Ou derradeiras
Só dependem de mim...