Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

21 março 2009

" Sorín e O Cachorro"

A película anunciava um título: "o cachorro". Distraída pelas emoções daqueles tempos nem percebeu. Foi assistir um filme e se esqueceu de fazer as associações que ... em si ... os nomes sugerem. E, toda distração tem seu preço e ela foi pega de surpresa. A entrada no filme se deu pelo processo inverso e ela mergulhou pelo foco do olhar de antes. Esqueceu que aquela história não era dela ... foi acompanhando cada percurso/passeio da personagem dele e se colocou ao seu lado ... quase lhe deu a mão. E, junto dele aqueles olhos úmidos do "el perro" ... todo branco e iluminado (menos pela luz do dia do que pela perfeição altiva). Tudo nele lhe lembrou Frida. Na verdade ... lembrou-se dela mesma. A doçura do amor que se desencanta (e, se reinventa) logo de primeira ... pelo cheiro que há na boca, pelo monte que se deposita no jardim a cada novo dia, pela possível mordida que se apronta mesmo na tentativa de brincadeira, pelo dente afiado através do osso rejeitado. E é assim que se dá o verdadeiro amor: um gostar apesar de ... ter plena consciência das imperfeições. Aceitação inteira.

Foram tantas coisas sentidas naquele tempo que toda a emoção de uma vida lhe empurrou ainda mais pra parede que antes lhe apoiava. Escondida tentou disfarçar sua entrega pra aquela história que sempre havia sido dela. Confirmou: a identificação é sempre devastadora. Lágrimas incontidas, peito afrouxado pelo soluço involuntário, pensamentos ligeiros, encolhimento corporal. Uma vida inteira pulsada e marcada por aquelas (quase) duas horas de projeção. Entendeu o que a ação sugeria: uma projeção. Projetar-se, antes nela do que em algo à mais.

3 comentários:

Biana França disse...

Oi, quanto tempo não visito teu cantinho!
Beijo grande.

Unknown disse...

bel!! nossa, queria tanto ter assistido esse filme! mas precisava de uns momentos fora do olho, para cuidar da vida um pouquinho..... como sempre, lindo ver sua perspectiva das coisas - a vida poética como só vc sabe vê-la!! beijosss, e vamos marcar aquele café!

Ana Corina disse...

Oi Bel, é realmente MUITO lindo este filme, né? Por todas as personagens, mas principalmente o senhorzito solitário com el perro blanco. Beijão!