Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

07 abril 2010

Uma janela aberta pra dentro

... olhava pela janela pra se ver espelhada pelo reflexo de tudo o que sentia. Olhava pela janela pra ver aquela vida enquadrada em polegadas. Olhava pela janela pra não precisar abrir a porta: queria permanecer naquele enquadramento maior dimensionado por um quarto. Olhava pela janela para sentir a tempuratura interna que beirava os 40 graus de uma cidade qualquer. Olhava pela janela pra não se deixar levar pela razão. Olhava pela janela porque gostava de poesia e sem ela não teria sobrevivido ao cotidiano dos dias sem cor. Olhava pela janela porque sempre esperou por ele e desconfiou que um dia ele desfilaria bem em frente aos seu olhos já acostumados a intensidade da luz daquele computador. Não era o sol que iluminava seu dia. Era ela ... que reluzia em frente a nova janela.

3 comentários:

Viviane Junqueira Ayres disse...

Obrigada Bel...
sem palavras....
Captas a essência...
Assim que me refazer.. volto pra comentar mais.

Viviane Junqueira Ayres disse...

Engraçado que quando leio algo escrito pra mim (por suas maos) fico sempre me sentindo uma menina ainda... e nesta hora tenho certeza de que ainda sou.

Começo a pensar nos motivos de tantas pessoas com idades cronológicas iguais e idades espirituais, mentais diferentes...

Mas... incrivelmente... gosto de ser assim... consigo ultrapassar barreiras intransponíveis, consigo rir, consigo amar o outro, consigo ser feliz todos os dias... exatamente como uma criança é.

sao tantos questionamentos que me brotaram agora... olhar pela janela e não querer abrir a porta... porque ne?

Bel disse...

Somos quase siamesas, Vivi.
Temos os olhos úmidos e o sorriso largo. Bem ... sei.
Que bom que consegues sentir o que vejo ... pressinto.
Que bom ... que a vida nos faz pensar sobre o que há pra poder pensar sobre nós. Cada um dentro do em si ... do seu, sim!
Essa janela ainda tem grades... por aqui. Mas lá ... no mundo dos pequenos envelopoes ... poderemos devanear muito mais sobre o tema, viu?

Um beijo,

Bel.