Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

28 junho 2012

Rodopios

Num primeiro acorde de música ... Bastava um primeiro acorde pra ela se acordar por inteiro. Revirada pela volúpia que uma linda música é capaz de promover. Invertida a ordem dos fatos ela se deixava invadir pelos ecos de caixas acústicas suspensas por ganchos. Metal ... Elevações. Trocas eram conquistas. Olhos nos olhos eram entrega. E sempre seriam. Furacões ensimesmados em suas faíscas. Boca. Bocas. Menos ouvidos do que bocas. Uma lástima ainda perceber. Devorar ... Devorar-se em antropofagias musicadas. Imensidões internas latejam em pontas de dedos inteiros. Queria que lhe convidasse pra dançar. Queria ser conduzida abrindo mão de guiar. Queria ir .... Sem sofreguidão. Ao som de de descompassos experimentados por uma força centrífuga interna. Rodopios incansáveis numa procura sem fim. E os olhos e as mãos que nem sempre tocam. E os aceites. Quase nenhum convite. Um desperdício! Enquanto ela protegia uma das mãos a outra lhe roubava da cena. Desconfortos sugerem tiranias. Domínios sem fim. E na cadeira o afeto ainda mais doce de quem se propõe a mediar. Pelo centro. Ao centro. Sem descontrole. Só intuição de quem olha com olhos inteiros de gula. Enrolada em seus tules. Protegida por sua força ela se despia a cada encontro real. Tirou apenas 2 peças das mais íntimas. Ainda estava vestida naquela noite menos fria. As coisas sugeridas lhe diziam mais do que pensariam. Observou bem mais do que foi observada e gostava disso. Viu .. Mas sentiu ainda mais do que viu. E isso era uma conquista de anos. Sentiu orgulho de si.

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