Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

29 julho 2012

Para minha mãe

.... Tem tanta dor em mim hoje que eu penso que se a dela for maior eu nem sei o que mais lhe dizer. Tanta contração numa vida. Na vida da pessoa mais doce e generosa que conheço. Tanta contração num corpo que de tão doce se faz mais cheio. Hoje em mim uma tristeza desmedida. Um quase nada de esperança. Uma desesperança bem medida. Uma revolta. Uma tentativa de entender o por quê. Que julgamento é esse! Esse de quem controla o desassossêgo? De quem controla e livra das dores. Nem o manto azul parece colorido hoje. Nem meus olhos miúdos e mais molhados do que nunca conseguem vislumbrar um tantinho de resto de cor. A vida e seus inesperados injustos. Nem todo inesperado é bem-vindo. E em mim essa imensidade desesperada. Uma espera pelo amanhã. Que o relaxamento dos músculos dela também me ajude a dissolver minha indiganção. Já havia uma dor na coluna .... Já havia remédios fortes. Já havia tanto .... Pra quê esse tanto mais? Se pudesse inverter e projetar isso tudo em mim? Se eu pudesse dissolver a mágoa e derreter os ressentimentos. Eu sinto muito! Sinto tudo isso que ninguém explica. Sinto o peso da tua involuntária contração. E fico impotente. E fico imune as belezas e a fé dessa sobrevida! Fico quase sem crença e sem fé. Resta um pouco ... Resta os restos. Que eu os recolha! Que eu acredite na cura! Que ela se alivie e cicatrize as feridas desde a língua. E num gesto de humildade eu ... eu, novamente peço, que Teu manto azul cubra a preciosidade que ela é. Que ela durma um sono bom. Que a bondade em mim sobreviva! Minha maior torcida pra minha musa que se retorce em dias assim: tristes e sem cor! Eu lhe desejo um arco-íris! Uma caixa de lápis de cor. Uma colcha de retalhos coloridos e combinados entre si. Eu desejo que eu continue desejando .... apesar. Há pesar!

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