Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

Casa di Bebel ... Rabiscos sem papel

26 julho 2012

Sol

... Os dias eram mais frescos quando se reuniam. Os dias eram mais saborosos quando tinha café sem açúcar com bolachinhas no pote. Pilhas de livros, montes de palavras querendo ganhar vida. Livros de Camus dispostos bem em frente aos olhos. Palavras que Repousam, antes, dentro do coração. Tudo disposto pra eles. Conversas lúdicas antecipavam o terreno pras coisas mais duras que sempre lhes vêm. Coisas de antes ... Coisas que insistem em ser de sempre. Por enquanto. Falavam das essências que percebem na obra de Camus. Dele e da força de sua obra e vida. De sua vida em obras! Da revolução francesa e seus três pressupostos edificantes. Dele e do sol da Argélia. Dele e da tremulação. Do vapor que o sol promove em dias de mais de 40 graus. Da cegueira que a tremulação que a força do sol promove. Eram impelidos a pensar e a querer falar sobre o pensar. Os pensares de cada um somados em três. De Sartre e sua sorte. Do imenso carisma que Camus imprimia mesmo sendo ácidos em suas denúncias. Do que há por dentro ser o mesmo do que se apresenta por fora. Deles e de A Queda que novamente se apresenta como cimento. Coisas de antes que podem ser as coisas de sempre. Por um bom tempo. Por um tempo à mais. E mesmo num dia lindo de chuva haveria o sol e seu laranja pra se lembrar. De agora em diante!

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